“Resolver problemas sociais e ambientais latentes da sociedade é o propósito da Enactus Brasil, uma organização sem fins lucrativos que une estudantes de universidades brasileiras em prol do empreendedorismo de impacto. Em uma maratona de oito dias com mais de 500 inscritos, o Enacthon, organizado em parceria com o Instituto Sabin, ofereceu capacitações e mentorias para uma jornada acelerada de desenvolvimento de ideias. As cinco equipes vencedoras são de Lavras (MG), Fortaleza (CE), Lorena (SP), Rio Paranaíba (MG) e Buri (SP).
O evento criado em 2019, no início do cenário pandêmico brasileiro, oferece suporte para que as equipes possam, após o evento, dar continuidade aos projetos, impactando comunidades brasileiras. No primeiro Enacthon, foram campeãs soluções que hoje estão em expansão como a Duki (RJ), startup que visa diminuir a defasagem dos sistemas de ensino pelo Brasil, e a Minha (SP), aplicativo que oferece apoio psicológico para mulheres em situação de violência doméstica.
Este ano, o primeiro lugar do Enacthon foi para a equipe Flor de Mandacaru, da Universidade de Fortaleza. Com o projeto Amor Salva-Vidas, o time busca impactar crianças e jovens vítimas de vulnerabilidade social nas escolas de surf, ao oferecer um modelo de eco-pranchas feitas com plástico coletado nas praias de Fortaleza. “Minha expectativa é poder implementar o projeto o mais rápido possível. Sempre foi o meu sonho fazer parte de algo maior que eu, então tive uma boa surpresa quando descobri que a Enactus trabalha com sonhos! Antes me diziam o tempo todo sobre ser ‘impossível’, mas agora sinto que tenho todo o apoio de pessoas que acreditam e vão transformar a nossa realidade”, relata Joana Damasceno, líder da equipe campeã.
Também ficou entre os cinco selecionados o projeto FertilEasy, da Universidade Federal de Viçosa, Campus Rio Paranaíba. O projeto busca transformar os rejeitos da lavagem da ordenha em um fertilizante natural e barato, ao estimular a conscientização do produtor sobre a importância de realizar a destinação correta dos dejetos. Em terceiro lugar, o projeto Menarca, da Universidade Federal de São Carlos, Campus Lagoa do Sino, busca democratizar o acesso aos absorventes de tecido com um preço acessível e disseminar informações sobre a menstruação e seus tabus.
Davi Luis, líder do FertilEasy, sonha em transformar a iniciativa em uma franquia social. “Graças ao Enacthon, consolidamos bem a ideia, e agora é hora de irmos para a prática. Solos e rios são contaminados diariamente com o rejeito da lavagem da ordenha da produção leiteira. Quanto antes começarmos a colocar a mão na massa, maior será nosso impacto e menor será a degradação ambiental”, finaliza. Naiara Andrade, à frente do Menarca, também comemora a conquista: “É uma sensação de felicidade infinita! Minha expectativa agora é ver esse projeto acontecendo e progredir cada vez mais”, relata.
No total, o Enacthon teve 54 horas de palestra e preparação de 34 palestrantes, 150 horas de mentoria, 46 jurados e mais de 6 mil visualizações. A organização contou com 26 voluntários e 15 mentores. Os cinco projetos selecionados foram premiados com três notebooks e cerca de R$15 mil em dinheiro, divididos entre as equipes, oferecidos pelo Instituto Sabin, Cargill e Aua. Confira as apresentações no YouTube.”